Natural de Brasília, é uma fotógrafa com extensa trajetória no jornalismo cultural e editorial. A obra de Zuleika é marcada por um diálogo constante entre a fotografia documental e um discurso estético autoral. Em mostras como Chão de Flores, ela apresenta muros, fachadas, graffitis e casas das cidades-satélites do Distrito Federal, traduzindo em cor, textura e padrões uma Brasília paralela: vibrante, popular e construída para além dos traços modernistas de Lucio Costa e Niemeyer. Suas imagens revelam uma arquitetura improvisada e de resistência, uma estética que rompe com a uniformidade e resgata a dignidade visual de comunidades marginalizadas.

Em outros projetos, Zuleika explora o universo das festas populares e a religiosidade local, capturando cenas de festas religiosas, cavalhadas, oratórios, ex-votos e fachadas enfeitadas por devoção. As composições são minimalistas e poéticas, trazendo elementos simbólicos da cultura popular que transcendem o simples registro documental e se tornam marcos estéticos singulares.

Em geral sua obra apresenta a potência de um olhar que transforma revelações urbanas e culturais em arte visual. A poética de Zuleika revela como a fotografia pode ser instrumento de resistência, memória e reinvenção de Brasília e de suas periferias.