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Marianne Peretti

Marie Anne Antoinette Hélène Peretti, conhecida como Marianne Peretti, é a mais importante vitralista do Brasil e a única mulher a integrar a equipe de artistas que participaram da construção de Brasília. Filha do historiador pernambucano João de Medeiros Peretti e da modelo francesa Antoinette Lousie Clotilde Ruffier, nasceu e morou em Paris até os 29 anos, idade em que elegeu o Brasil como domicílio definitivo.
Educada na capital francesa, estudou desenho e pintura na Ecole des Arts Décoratifs e na Academie de La Grande Chaumiére, em Montparnasse, onde foi aluna de Édouard Goerg e de François Desnoyer. Suas obras ganharam o reconhecimento internacional de grandes mestres, como, por exemplo, Veronique David (do Centro Andre Chastel, referência mundial de vitrais), que considera Marianne Peretti a mais importante vitralista da contemporaneidade.
Fascinada pelas obras de Oscar Niemeyer, a artista foi ousada ao procurar o arquiteto e propor uma parceria para as edificações de Brasília. Nas palavras da artista: “Fui eu que tive a vontade de conhecer o Oscar Niemeyer. Fui vê-lo no Rio de Janeiro e mostrei meu entusiasmo frente ao trabalho dele. Oscar me deu uma enorme folha de papel e pediu que eu desenhasse um painel.”
Dessa parceria para a construção da capital federal brasileira, nasceram grandes projetos em vitrais e painéis de vidro — entre eles, os do Panteão da Pátria, do Superior Tribunal de Justiça, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, do Palácio do Jaburu, do Memorial JK e do Teatro Nacional. O maior desafio de sua carreira foi o vitral da Catedral de Brasília: o projeto foi desenhado em tamanho real, e a obra demorou três anos para ficar pronta (1986-1989). Sobre esse trabalho, Marianne afirma:
Entrar nesse projeto era como se jogar no mar, num mar imenso. O trabalho era enorme, 16 vitrais de 30 metros de altura com base de 10 metros. Não havia dinheiro e as importações dos vidros estavam proibidas. Além disso, era uma enorme responsabilidade diante do mundo.
Sua intensa produção artística também abrange diversas importantes obras no exterior, como, por exemplo, um mural de 48 m2 em relevo e vidros de cor no Boulevard Voltaire, feito para a Câmara Sindical de Eletricidade, em Paris; seis grandes vitrais no Edifício Burgo, do arquiteto Oscar Niemeyer, em Turim; e duas esculturas em fibra de vidro branco representando enormes pássaros, uma para o Espaço Cultural do Havre, a Maison de Ia Culture, e outra para a sede da Editora Mondadori, em Milão.





